Segundo Reinado –
Economia
- A estabilidade política advinda com o governo imperial de dom
Pedro 2º. foi amplamente favorecida pelas altas
taxas nas exportações do café. A expansão da lavoura cafeeira a partir
da segunda metade do século 19 deu novo impulso a economia agro exportadora, baseada no latifúndio e inicialmente no
trabalho escravo, trazendo prosperidade econômica ao país e favorecendo
a consolidação dos interesses dos
grandes proprietários rurais.
- Para reflexão: por que
as riquezas advindas da cafeicultura não favoreceram a industrialização do
Brasil?
- A dependência da venda
de único produto no mercado externo colocou o Brasil numa posição extremamente frágil / qualquer sinal de
crise a economia brasileira ficaria estagnada / o que acontece em 1929 com a
queda da Bolsa de Nova York.
- A produção em larga
escala do café começou no Rio de Janeiro, a partir de 1830. Em seguida, as
plantações se alastraram para o vale
do rio Paraíba, a partir daí a produção voltou-se para exportação. Por
volta de 1850, a
lavoura cafeeira se expandiu para o Oeste
paulista, favorecida pelas condições propícias do solo para o cultivo
do café.
- A economia cafeeira
proporcionou para o Brasil a urbanização, desenvolvimento e modernização de vários setores
da economia (bancos, comércio, portos) dependentes das exportações do café.
Tarifa Alves Branco (1844) – objetivo aumentar os
impostos sobre os produtos importados para sanear as finanças do governo / essa
lei – protecionista – serviu de estímulo para aumentar a industrialização
brasileira / esse surto industrial
favoreceu os negócios do Barão de Mauá – Irineu Evangelista, que entrou
em falência depois da economia nacional se reequilibrar com as exportações do
café porque não era interesse do governo favorecer a industrialização no
momento em que o Brasil era o maior produtor de café do mundo
Segundo Reinado – problemas com a mão-de-obra
- DECLÍNIO DA ESCRAVIDÃO
/ Por quê? Capitalismo internacional defende o liberalismo, portanto criticava
o pacto colonial e a escravidão – objetivo: ampliação do mercado consumidor e liberdade comércio.
- pressão inglesa: a Inglaterra procurou combater por todos os
meios o uso e o comércio de escravos no mundo; motivos: interesse dos
industriais ingleses em aumentar o consumo dos seus produtos (mercado
consumidor) /// desvantagem em concorrer com países escravistas, pois suas
colônias já utilizavam mão-de-obra livre /// Interesse em manter os africanos
em seu continente para formar mão-de-obra barata na exploração de recursos
naturais africanos e mercado consumidor
- para reconhecer a
independência do Brasil, o governo inglês exigiu o fim do trafico de escravo
ate 1830 / lei caiu no esquecimento.
- 1845 – “Bill Aberdeen” – marinha
inglesa prenderia navios que fossem capturados traficando escravos.
- 1850 – “Lei Eusébio de Queiros” – governo do Brasil
proíbe trafico de escravos.
- conseqüências do fim
do tráfico de escravos para o Brasil = alta dos preços dos escravos ///
liberação de capitais que foram investidos em outros setores da economia
INTRODUÇÃO DO TRABALHO
LIVRE
- Estados nordestinos
vendem seus escravos / apóiam abolição.
- elites não utilizam homens
livres não proprietários como assalariados / motivos: preconceitos e teriam que
pagar maiores salários
- solução: vindas de
europeus / principalmente a partir de 1840 / situação da Europa: desemprego,
miséria, guerras, camponeses são expulsos do campo / imigrantes esperavam
conseguir terras e serem proprietários.
Sistema de parceria: os fazendeiros
comprometiam-se em adiantar o dinheiro para as despesas com as passagens e
acomodação dos imigrantes nas fazendas / o lucro com o café seria repartido
entre o imigrante e o dono da fazenda / problemas: o imigrante não conseguia
pagar a divida contraída / o lucro não era dividido corretamente / o
cafeicultor os tratavam como escravos / houve revoltas dos imigrantes = fracasso da parceria.
- Imigração subsidiada pelo governo brasileiro (1870): o
governo arcava com as despesas para vinda do imigrante.
ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA – abolição gradual – governo Imperial
tentou agradar a todos os setores sociais realizando a abolição de forma lenta.
- nova mentalidade / por
que ? / decadência dos Barões
do Café (do Vale do Paraíba = base do governo) / exército (pós-guerra do
Paraguai) + classe média (caifazes) + estados nordestinos = abolicionistas ///
clubes abolicionistas = pressão para aprovação de leis /// caifazes “fora da
lei” = luta junto com escravos /// nenhum grupo defendia igualdade social ou
qualquer tipo de indenização com reforma agrária, por exemplo, eram bem intencionados, apenas isto.
- escravos também
lutaram / negociação com senhores / se houvesse fracasso nas negociações:
assassinatos, fugas (quilombos), suicídios coletivos, resistência passiva,
incendiavam as plantações
Leis abolicionistas
Lei Eusébio de Queiros – fim tráfico para o
Brasil
Lei Ventre Livre
Lei que proibiu o
tráfico interprovincial
Lei contra castigos
físicos
Lei do Sexagenário (“gargalhada nacional”)
Lei Áurea
(13 de maio 1888) sem nenhum tipo de indenização foram libertos os escravos no
Brasil...
- a aristocracia
escravista fluminense e vale-paraibana, em ruína, culpa o governo imperial pela
sua situação e opõe-se a ele.
Crise Monárquica e movimento republicano
1 . Conceito de República
- em lugar de um Estado centralizado na
figura do imperador a “coisa pública” (significado latino da palavra
república), deveria ser governada por um presidente eleito democraticamente,
representante da maioria do povo /// o
projeto de uma República com ampla participação popular NÃO de certo /
prevaleceu uma República federalista e conservadora /// federalistas porque as províncias se
transformavam em estados e ganhavam autonomia jurídica (teriam leis próprias),
fiscal (podiam cobrar impostos regionais) e militar (direito de organizar
tropas locais) /// conservadora porque o
Brasil continuou a ser um país voltado para a agricultura e dependente dos
mercados e dos capitais externos /// a monarquia caiu, mas a população
continuou marginalizada.
- um
conjunto de mudanças ocorridas na sociedade (classe média, operariado,
burguesia) e na economia (bancos, fábricas) do Império, a partir da metade do
século XIX, propiciou o aparecimento de novos grupos sociais interessados em
participar da vida política do país ///
o império, além de não atender os interesses políticos desses novos
grupos, não conseguia também resolver a questão da escravidão.
2 . As transformações socioeconômicas e políticas do Segundo
Reinado
- o trem foi ao interior buscar café e
levar progresso (vilas / cidades) ///
cidade de São Paulo: tornou-se maior, mais moderna e mais habitada /
jornais bondes / iluminação publica
(lampiões a gás) / 1870: 30 mil habitantes – 1900: 240 mil / bancos, lojas de
comercio, escritórios, varias fabricas (estrangeiros trabalhando em sua
maioria) / palacetes da Av. Paulista (residências dos barões de café) /// para o surgimento de indústria, bancos e
outros negócios urbanos foi preciso muito capital / esse dinheiro veio de 3
fontes principais: lucro do café; protecionismo alfandegário (taxas altas para
importados); proibição do tráfico (1850)
libera capital /// Em 1889, o país possuía a 636 industriais.
- presença de uma camada média urbana
(funcionários públicos, médicos, engenheiros, comerciantes e outros)
especialmente os profissionais liberais e os militares, todos ansiavam
participar das decisões políticas do país ///
operários e industriais /os trabalhadores explorados estavam desejosos
por mudanças pois não havia leis trabalho ou qualquer tipo de preocupação do
governo /// o posicionamento dos
cafeicultores e seu apoio cada vez mais intenso ao projeto republicano foram decisivos
para viabilizar a proclamação da República
- no RJ foi publicado o “Manifesto
Republicano” (documento que fazia críticas
a monarquia e exaltava benefícios da República) /// o Partido Republicano P.R. esta presente em
todas províncias, porém tem mais força RJ SP MG e RS /// em 1872 foi fundado em SP o PR Paulista
(PRP); defendiam: urbanismo, republica, abolição da escravidão.
- o PR dividia-se em 2 correntes:
evolucionistas – transição pacifica, sem radicalismo, sem participação popular
/ revolucionários – defendiam movimento armado para implantação do governo
republicano, prevaleceu esse setor o moderno.
3 . O enfraquecimento
do Império
- D.
Pedro II estava velho e doente / se ele morresse o trono ficaria para a
Princesa Isabel e seu marido, Gastão de Orleans, o Conde D´Eu / Este conde
francês era malvisto pelos brasileiros / opositores a monarquia: “Precisamos
livrar a nossa pátria do perigo do Terceiro Reinado.”
- problemas com a aristocracia
escravista: muitos fazendeiros se
colocaram contra a monarquia depois da Lei Áurea / esses proprietários (Os
Barões) sentiram-se prejudicados por ter de libertar seus escravos sem receber
nenhum dinheiro em troca do governo (indenizações) /// alguns deles passam a apoiar o PR (14 de
maio) /// os Barões do Café eram a base
de apoio do governo império.
- atritos com a Igreja: a Igreja Católica no Brasil era dominada,
recebia “ordens do governo imperial”/ em
1864 o papa Pio IX, proibiu qualquer ligação entre a Igreja e a Maçonaria /
inicialmente essa ordem não teve repercussões / no Brasil havia muitos maçons,
a inclusive o próprio D. Pedro II / em 1872, os bispos de Olinda e Belém
acataram a ordem do papa, mandando fechar as igrejas de sua diocese que se
recusassem a afastar os membros maçons / D. Pedro determinou a revogação dessas
medidas / os bispos se recusavam em atende-lo / são presos, julgados e
condenados a pena de 4 anos / porem o imperador concede perdão (anistia) /
resultados: clero sente-se afrontado e recebe o apoio da população; os jornais
opositores aproveitam-se do fato.
- o Exército:
inicialmente o exército era formado em sua maioria por pessoas humildes
/// na Guerra do Paraguai: os
“voluntários da pátria” – adesão de milhares de soldados brancos da classe
média e escravos /// após a Guerra do Paraguai – o exército se tornou mais
atraente para jovem da classe média, pois ser militar era uma opção para
ascensão social /// o exército adquiriu consciência da importância da
corporação / mais organizado e disciplinado sob influência do POSITIVISMO
impuseram nova postura: defensor do abolicionismo e do republicanismo
(sentiam-se melhores preparados / “ideal de Salvação Nacional” –
SALVACIONISMO).
- novas ideias: POSITIVISMO = idéias aceitas pelo exército –
o progresso deveria ser alcançado a qualquer custo mas sempre dentro da ordem,
da o papel do governo controlado pelos militares: um grande centralizador
/// SALVACIONISMO = é a ideia de que
apenas os militares poderiam salvar a pátria das mãos corruptas dos civis.
- os oficiais do Exercito, revoltados com
as punições que recebiam do governo monárquico, por manifestarem suas opiniões
em jornais, aproximavam-se dos ideais republicanos.
- em 15
de novembro de 1889 o marechal Deodoro da Fonseca mobilizou as tropas do
RJ e ordenou que D. Pedro II partisse do Brasil / e o povo a instauração da
republica no Brasil não contou com apoio popular – foi um arranjamento político
dos militares e da elite cafeeira.
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